Em decisão histórica, o Tribunal Superior de Londres concluiu, na manhã desta sexta-feira, 14 de novembro, que a mineradora BHP tem responsabilidade pelo desastre em Mariana-MG. À época, uma barragem se rompeu com 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério. A tragédia ambiental resultou na morte de 19 pessoas e devastou fauna e flora ao longo de 800km.
O rompimento representa o maior desastre ambiental do país. Durante 16 dias, a lama de rejeitos percorreu pelo leito do Rio Doce até o oceano. Cidades ribeirinhas e comunidades enfrentaram escassez de água e fim do comércio e turismo.
Segundo o tribunal, a BHP, controladora da empresa Samarco de Mineração no Brasil, é “estritamente responsável” pelos danos daquela tragédia-crime. Com a decisão, a Corte britânica encerra um ciclo de sete anos de luta de 620 mil vítimas por justiça.
O tribunal também autorizou que os municípios afetados podem processar a empresa na Inglaterra e as vítimas têm até 2029 para apresentar demais alegações.
A ação coletiva corre na Justiça do Reino Unido pelo fato de a BHP ser de origem Anglo australiana. E representa mais de 620 mil vítima e 31 municípios que pedem até £36 bilhões em indenizações, o equivalente a R$ 250 bi.
O valor final das indenizações será definido em um novo julgamento marcado para outubro de 2026.

