Em um país de riqueza cultural imensurável, a música negra sempre foi uma força que empurra fronteiras, questiona padrões e funda novas estéticas. Contudo, apesar de tantas contribuições, ainda existem artistas que permanecem fora do radar do grande público — não por falta de talento, mas por um sistema que historicamente invisibiliza corpos negros. Por isso, conhecer e valorizar músicos negros é uma forma de reconhecer nossa própria história cultural e fortalecer narrativas que merecem ser amplificadas. Aqui, destacamos três artistas indispensáveis para quem deseja compreender a pluralidade da música brasileira contemporânea.
Jonathan Ferr
O primeiro é Jonathan Ferr, pianista, compositor e expoente do jazz afrofuturista no Brasil. Ferr ressignifica o jazz ao incorporar elementos de música eletrônica, espiritualidade e narrativas negras urbanas. Seu álbum Cura é uma experiência que vai além da música: é um manifesto. Suas performances sempre carregam estética, política, ancestralidade e inovação. Jonathan Ferr representa um futuro onde a música instrumental negra brasileira ocupa o centro do palco e inspira novas gerações.

Luedji Luna
A segunda artista é Luedji Luna, baiana que mistura música afro-brasileira, soul, jazz e poesia com uma profundidade emocional rara. Luedji canta sobre amor, maternidade, corpo, racismo e espiritualidade com a delicadeza de quem entende que a música é território de cura e resistência. Seu álbum Bom Mesmo É Estar Debaixo D’água é um dos trabalhos mais importantes da música recente, explorando vulnerabilidade e potência com sofisticação.

Xênia França
Por fim, Xênia França, que leva a estética da afrodiáspora para um campo que mistura pop, funk, música eletrônica e espiritualidade. Xênia se reinventa constantemente, cria atmosferas sensoriais e constrói uma identidade única na música brasileira. Seus shows são experiências visuais e sonoras marcadas por empoderamento, misticismo e afrofuturismo. Sua presença é urgente e necessária.

Conhecer e valorizar músicos negros é uma forma de romper bolhas, ampliar horizontes e entender que a música brasileira é, sobretudo, uma música construída pela experiência negra. Esses três artistas traduzem modernidade, ancestralidade e reinvenção e merecem ser escutados com atenção e profundidade.

