Autoridades continuam buscas por desaparecidos enquanto responsabilização criminal avança em Hong Kong
O incêndio que devastou o complexo residencial Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po, já deixou 83 mortos e se tornou o episódio mais letal registrado em Hong Kong desde 1948. Segundo informações divulgadas na imprensa, o fogo, iniciado na quarta-feira (26), levou mais de 24 horas para ser contido e expôs a magnitude do desastre urbano que atingiu milhares de moradores.
As equipes de emergência informaram nesta quinta-feira (27) que as chamas foram completamente apagadas em quatro edifícios e estão controladas em outros três, mas pequenas labaredas ainda aparecem nas janelas carbonizadas dos blocos atingidos.
Com o incêndio praticamente extinto, os bombeiros percorrem corredores escurecidos e apartamentos destruídos em buscas minuciosas por vítimas que não conseguiram deixar suas casas.
Buscas continuam em meio à destruição
O governo local estima que 279 pessoas seguem desaparecidas, embora não haja confirmação se elas permanecem entre os escombros ou se buscaram abrigo por conta própria. O chefe do Executivo, John Lee, disse que as equipes trabalham sob temperatura extrema e avançam piso a piso em operações que exigem precisão e rapidez.
Um bombeiro está entre os mortos. A tragédia deixou ainda 70 feridos e levou mais de 900 moradores a abrigos improvisados montados pelo governo.
Update: Deadly fire at Wang Fuk Court housing complex in Tai Po, Hong Kong, has killed at least 83, Hong Kong’s worst in decades, with over 200 missing & fires still burning in upper floors of 3 towers after 36+ hrs.
100 injured; 3 arrested for negligence in renovation work… pic.twitter.com/GNMCigpPUH
— GeoTechWar (@geotechwar) November 27, 2025
Suspeita de origem e investigação criminal
A hipótese preliminar aponta que as chamas tenham começado em andaimes de bambu e redes de proteção instalados para obras no complexo. Dos oito prédios que compõem o Wang Fuk Court, apenas um não foi atingido.
O caso já resultou nas primeiras prisões. Dois diretores e um consultor de engenharia ligados a uma construtora foram detidos sob suspeita de homicídio culposo.
Segundo a imprensa internacional, a superintendente sênior Eileen Chung afirmou que há “motivos para acreditar que os responsáveis pela obra foram extremamente negligentes”.
Embora o nome da empresa não tenha sido oficialmente divulgado, a polícia cumpriu mandados de busca no escritório da Prestige Construction & Engineering Company, apontada pela imprensa internacional como responsável pelas reformas no complexo. Documentos foram apreendidos durante a operação, mas a companhia não respondeu às ligações da agência.
A investigação segue em curso enquanto as autoridades tentam dimensionar o impacto total da tragédia e identificar todos os moradores afetados pelo incêndio.

