Na semana em que Benito di Paula completa 84 anos de vida, preparamos uma matéria especial com a sua trajetória e uma lista dos seus maiores sucessos da carreira.
Sobre Benito di Paula: o início
Nascido Uday Vellozo, em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, em 28 de novembro de 1941, Benito di Paula – nome artístico do cantor, compositor, pianista e escritor – iniciou a carreira bem jovem, cantando em hotéis e boates no Rio de Janeiro.
Em certo momento, foi convidado por um amigo a tocar em Santos, e – depois – seguiu para o estado de São Paulo, onde tornou-se conhecido pelo seu samba característico, chamado de “samba paulista” ou “samba jóia”, um samba profundamente brasileiro, mas com influências de jazz, baladas românticas e, sobretudo, o piano, que guia a batida, as melodias e o pulso emocional das canções de Benito di Paula.
Em 1971, o artista lançou seu primeiro LP – “Benito di Paula” – pela gravadora Copacabana.No entanto, foi com seu terceiro álbum, “Um Novo Samba”, de 1973, que ele explodiu. Na capa, seu visual marcante – com cabelos longos, barba, correntes, brincos e pulseiras – refletia também a originalidade sonora que o artista trazia em “Retalhos de Cetim”, uma de suas composições mais emblemáticas, que o projetou definitivamente para o Brasil inteiro,
No ano seguinte, no álbum “Benito di Paula Gravado ao Vivo”, veio outro sucesso: “Charlie Brown”, uma de suas músicas mais emblemáticas, a letra faz diversas referências ao Brasil, à cidade de São Paulo, ao Carnaval, a personalidades como Vinicius de Moraes, Jorge Ben Jore Luiz Gonzaga, e também evoca o famoso personagem dos quadrinhos, Charlie Brown.
Em 1975, Benito assumiu o comando do programa musical “Brasil Som 75”, na TV Tupi, ao lado de convidados especiais – um momento importante para sua projeção nacional. Mesmo diante das críticas – especialmente por parte de alguns setores que rotulavam seu samba como “brega” ou “cafona” – ele seguiu fiel ao seu estilo, defendendo a musicalidade e a universalidade de seu som.

O auge comercial de Benito di Paula se deu entre meados dos anos 70 e início dos 80. Ele vendeu aproximadamente 50 milhões de discos, o que o coloca entre os maiores vendedores da música brasileira. Seu prestígio ultrapassou fronteiras: o artista gravou e lançou álbuns em espanhol, italiano, francês, alemão e até finlandês.
Nos anos 80, sua carreira passou por transformações: Benito di Paula trocou de gravadoras, seu samba ficou mais contido, mas continuou presente para um público fiel. Já na década de 90, apesar de lançar discos com regularidade, sua presença nas rádios diminuiu, mas antes ele lançou “Fazendo Paixão”, seu último grande hit radiofônico, em 1990.
Depois de um período mais discreto, em 2009, Benito voltou com força por meio de um CD e DVD ao vivo, registrando sua essência nos palcos e celebrando seus clássicos. Na fase mais recente, ele lançou, ao lado do filho Rodrigo Vellozo, o álbum “O Infalível Zen” (2021), mostrando que seu legado continua fértil e presente.
No ano seguinte, para comemorar os seus 80 anos, foi lançado o álbum “Benito 80: Novo Samba Sempre Novo”, contando com seus maiores sucessos cantados por ilustres artistas como Juçara Marçal, Teresa Cristina, João Bosco, Xande de Pilares, entre outros.
Em 2023, veio o mais recente EP ao lado do filho: “Do Jeito que a Vida Quer”.
1 – Além de Tudo (1972)
2 – Retalhos de Cetim (1973)
3 – Charlie Brown (1974)
4 – Se Não For Amor (1974)
5 – Mulher Brasileira (1975)
6 – Vai Ficar na Saudade (1975)
7 – Do Jeito que a Vida Quer (1976)
8 – Assobiar e Chupar Cana (1977)
9 – Ah! Como Eu Amei (1981)
10 – Amigo do Sol, Amigo da Lua (parceria com Márcio Brandão Carneiro, 1984)

