Os dados constam no relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, com base em pesquisa realizada com instituições financeiras.
Os analistas do mercado financeiro ajustaram suas expectativas para a economia brasileira, indicando uma inflação ligeiramente menor em 2025 e uma perspectiva de crescimento mais robusta do Produto Interno Bruto (PIB). Os dados constam no relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (9) pelo Banco Central, com base em pesquisa realizada com mais de cem instituições financeiras na última semana.
A estimativa para o IPCA deste ano recuou de 5,46% para 5,44%. Apesar da leve melhora, o índice segue acima do teto da meta estabelecida para 2025, fixado em 4,5%. Desde o início do ano, vigora o sistema de metas contínuas, que estabelece uma meta central de 3%, com tolerância entre 1,5% e 4,5%.
Caso a inflação permaneça fora desse intervalo por seis meses consecutivos, o BC será formalmente considerado descumpridor da meta. Nessa hipótese, a autoridade monetária é obrigada a enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificando as razões do estouro. Essa situação já ocorreu em janeiro deste ano, quando o então presidente interino do BC, Gabriel Galípolo, apontou como fatores determinantes a resiliência da atividade econômica, a desvalorização cambial e eventos climáticos extremos.
O próprio BC reconheceu que há risco de novo descumprimento da meta em junho, caso a inflação acumulada siga acima dos 4,5% por mais um mês. Com o ciclo de impactos da política monetária estimado entre seis e dezoito meses, as decisões atuais já consideram o comportamento esperado da inflação até meados de 2026.
No cenário de atividade, a projeção para o crescimento do PIB em 2025 foi elevada de 2,13% para 2,18%. Para 2026, a estimativa subiu marginalmente, de 1,80% para 1,81%. O indicador, que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é uma das principais métricas de acompanhamento da evolução econômica.

Juros e câmbio permanecem estáveis
O mercado manteve inalteradas as previsões para a taxa básica de juros, a Selic. A estimativa para o fim de 2025 segue em 14,75% ao ano; para 2026, em 12,50%; e, para 2027, em 10,50%.
A taxa de câmbio projetada para o fechamento de 2025 também permaneceu estável, em R$ 5,80 por dólar. Já para 2026, houve um recuo marginal, de R$ 5,90 para R$ 5,89.
A projeção para o superávit da balança comercial em 2025 caiu de US$ 75 bilhões para US$ 74,5 bilhões. Para o ano seguinte, a estimativa também recuou, passando de US$ 78,5 bilhões para US$ 78 bilhões. Quanto ao ingresso de investimentos estrangeiros diretos no país, o mercado manteve a expectativa em US$ 70 bilhões tanto para 2025 quanto para 2026.

