O Brasil é hoje um dos principais protagonistas globais quando o assunto é economia criativa. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que áreas como design, música, moda, artes visuais e produção cultural têm papel de destaque no cenário internacional. Combinando cultura, inovação e geração de renda, o setor é visto como estratégico para o desenvolvimento sustentável do país.
Segundo o Mapa da Economia Criativa, publicado pela Federação das Indústrias Criativas do Rio de Janeiro (FIRJAN), em 2022 o setor foi responsável por 7,4 milhões de empregos diretos e indiretos no Brasil. Esse crescimento é ainda mais notável entre jovens empreendedores, especialmente em regiões periféricas, onde a criatividade se torna ferramenta de transformação social.
Exemplo disso são as iniciativas que vêm reaproveitando materiais descartáveis para enfrentar desafios estruturais. No sertão nordestino, a construção de casas com garrafas PET preenchidas com areia tem se mostrado uma alternativa eficaz e sustentável.
As estruturas substituem os tijolos tradicionais, são mais baratas, resistentes e mantêm os ambientes internos mais frescos — uma solução simples que pode reutilizar mais de 6 mil garrafas por moradia.

Urbanismo tático
Cidades como São Paulo, Recife e Belo Horizonte estão apostando no chamado urbanismo tático, com intervenções rápidas e de baixo custo para tornar ruas e praças mais seguras e acessíveis.
Em São Paulo, mais de 100 locais já passaram por esse tipo de transformação, resultando em redução de até 60% nos atropelamentos em áreas escolares. No Recife, a participação comunitária foi essencial para repensar o uso de um antigo estacionamento no bairro de Santo Amaro.
A economia criativa brasileira demonstra que inovação não depende apenas de tecnologia de ponta. A partir de materiais simples, ideias colaborativas e um forte senso de comunidade, o país segue encontrando soluções que geram impacto social, econômico e ambiental. É um caminho que alia sustentabilidade, inclusão e potencial de exportação — e que reafirma o papel da criatividade como motor de desenvolvimento.

