A Caixa Econômica Federal tem se destacado entre os grandes bancos do Brasil ao registrar a menor taxa de inadimplência do setor. Em outubro, o índice caiu para 2,59%, frente aos 2,83% registrados em agosto.
A vice-presidente de risco da instituição, Henriete Bernabé, atribui essa melhora principalmente ao programa Desenrola Brasil, que incentivou clientes a buscar renegociações, além de ações internas como o programa Tudo em Dia e melhorias nos processos de cobrança.
Para reforçar esse movimento, a Caixa iniciou na última segunda-feira (24) um grande feirão de renegociação de dívidas, oferecendo descontos de até 90% em débitos atrasados. A iniciativa abrange tanto pessoas físicas quanto jurídicas, somando mais de 8,5 milhões de contratos elegíveis.
Clientes podem buscar atendimento pelos canais digitais, telefone ou presencialmente em casas lotéricas — neste último caso, para dívidas de até R$ 5 mil. A ação tem como objetivo ajudar consumidores a restabelecerem seu crédito e regularizarem sua situação financeira.
Outro destaque é a possibilidade de utilizar o FGTS para amortizar até 80% das parcelas de contratos habitacionais. A medida, segundo a Caixa, contribui para evitar inadimplência em financiamentos, especialmente no programa Minha Casa Minha Vida. A retirada do nome dos serviços de proteção ao crédito acontece em até cinco dias após o pagamento da dívida, seja à vista ou parcelado, com prazos que podem chegar a 120 meses.
Apesar da redução registrada pela Caixa, o cenário geral ainda é preocupante. Dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC) indicam que 78,2% das famílias estavam endividadas em maio, com alta da inadimplência. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, alertou que o crédito deve ser utilizado com responsabilidade, reforçando a importância do equilíbrio entre endividamento e capacidade de pagamento.

