Pela primeira vez, uma mulher está à frente da Prefeitura de Mongaguá. Cristina Wiazowski (Progressistas) foi diplomada na quinta-feira (10), em cerimônia virtual do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), e assume o cargo após vencer as eleições suplementares com um recorde: 17.948 votos.
Conforme apurado pelo VTV News, a votação foi a maior já registrada no município – ocasião em que ela derrotou Rodrigo Cardoso Biagioni (União Brasil), o Rodrigo Casa Branca, que somou 9.109 votos, ou 33,67% do eleitorado. A cerimônia de posse está marcada para esta sexta-feira (11), às 18h, na Praça Dudu Samba, em evento aberto ao público.
“Agora, diplomada, meu sentimento é de gratidão e também de muita responsabilidade para governar essa cidade e corresponder às expectativas da população”, afirmou Cristina em vídeo publicado nas redes sociais. Ao lado do vice, Julio da Imobiliária (PDT), Cristina iniciará uma gestão histórica.
Eleição suplementar ocorre após improbidade administrativa de Paulinho Wiazowski
A eleição suplementar foi convocada após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indeferir o registro de candidatura de Paulinho Wiazowski, marido de Cristina, que havia sido o mais votado em 2024. O indeferimento ocorreu por conta de uma condenação por improbidade administrativa relacionada à sua gestão anterior como prefeito.
A diplomação é o ato pelo qual a Justiça Eleitoral atesta que o candidato foi eleito e está apto a tomar posse. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o diploma é o documento que valida o mandato conquistado nas urnas e permite que o eleito exerça oficialmente a função pública. A participação popular atingiu números acima das últimas eleições gerais.
“Estamos vivendo um momento marcante para a história de Mongaguá: depois de 65 anos de emancipação política, a cidade elegeu sua primeira mulher prefeita”, complementou Cristina. Ela também é, no momento, a única prefeita mulher na Baixada Santista.
Quem são os secretários municipais de Cristina Wiazowski, em Mongaguá?
Logo após a diplomação, Cristina anunciou os primeiros nomes da equipe de governo. Entre os secretários está o próprio Paulinho Wiazowski, confirmado como titular da pasta de Administração e Governo. Zilvani Guimarães assumirá a Secretaria de Saúde; já a Educação ficará com a professora Maria Marta, com ampla experiência em gestão escolar.
A arquiteta Kátia Freire comandará o Planejamento, enquanto o coronel da PM Argeo Arias Rodrigues ficará à frente da Segurança. A Secretaria de Turismo será gerida por Vera Jardim, e a de Cultura por Pedro Saletti, que já atua na área desde 2013.
Para a Habitação, Cristina escolheu Fernando Felizi, presidente municipal do PT, e a Procuradoria-Geral será comandada por Sandro Abreu, o primeiro procurador-geral do município, que ajudou a instituir o órgão em 2011. Em Segurança Pública, está o Coronel Argeo, que atuou na Polícia Militar (PM) durante 35 anos.
Entenda o caso Paulinho Wiazowski
Paulinho teve sua candidatura indeferida pelo TSE em setembro de 2024, após o juiz Paulo Alexandre Rodrigues Coutinho concluir que falhas nas contas públicas configuraram ato doloso de improbidade. Ele foi alertado sete vezes pelo Tribunal de Contas sobre o déficit orçamentário em 2012 e não teria adotado medidas para corrigir a situação.
Mesmo com o indeferimento inicial, Paulinho chegou a registrar candidatura e venceu com 14.459 votos. Porém, em dezembro, o ministro André Mendonça, do TSE, reafirmou a inelegibilidade, acatou um recurso especial e barrou a posse. A Câmara de Mongaguá também havia reprovado as contas de 2012, com um déficit superior a R$ 9 milhões.
Os advogados de Paulinho argumentaram que as falhas eram de natureza contábil e não configuravam improbidade dolosa. Segundo a defesa, a Nova Lei de Improbidade Administrativa (Lei 14.230/2021) exige dolo específico para caracterizar a inelegibilidade, o que, na avaliação da equipe, não ficou comprovado. Para o Supremo Tribunal Federal (STF), que também analisou o caso, não havia elementos para reverter a decisão final.

