O deputado federal Eduardo Bolsonaro divulgou uma nota em que nega qualquer tentativa de interferência em processos judiciais no Brasil.
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) divulgou uma nota nesta terça-feira (20) em que nega qualquer tentativa de interferência em processos judiciais no Brasil (leia abaixo), após ser citado em relatório da Polícia Federal que apura articulações para influenciar autoridades dos Estados Unidos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
O parlamentar afirma que sua atuação ocorre dentro dos limites legais da jurisdição americana, amparada pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA.
A manifestação ocorre em resposta às investigações que envolvem conversas privadas do deputado com o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados próximos, nas quais, segundo a PF, haveria indícios de uma tentativa de mobilizar lideranças do governo Donald Trump para aplicar sanções contra Moraes com base na Lei Global Magnitsky — legislação americana voltada ao combate de violações de direitos humanos e corrupção.
Nota de Esclarecimento – Eduardo Bolsonaro
Tomei conhecimento, pela imprensa, do relatório divulgado pela Polícia Federal e considero importante esclarecer alguns pontos:
1. Minha atuação nos Estados Unidos jamais teve como objetivo interferir em qualquer processo em curso no…
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) August 20, 2025
“Não estava em minhas mãos”
Na nota, Eduardo Bolsonaro classifica a apuração da PF como “delirante” e critica a ausência de nomes de autoridades americanas entre os possíveis autores do suposto crime.
“Se a tese da PF é de que haveria intenção de influenciar políticas de governo, o poder de decisão não estava em minhas mãos, mas sim em autoridades americanas, como o presidente Donald Trump, o Secretário Marco Rubio ou o Secretário do Tesouro Scott Bessent. Por que, então, a PF não os incluiu como autores? Omissão? Falta de coragem?”, questiona.
O parlamentar alega que sua permanência nos Estados Unidos — desde que tirou licença do mandato em março — visa promover o debate sobre o “restabelecimento das liberdades individuais no Brasil”, com foco no projeto de anistia que tramita no Congresso Nacional, e nega qualquer atuação que configure interferência em processos internos do país.
Liberdade de expressão e privacidade
No texto, Eduardo também contesta o uso de comunicações privadas como base para as investigações, chamando de “lamentável e vergonhoso” o que considera ser a criminalização de conversas “absolutamente normais entre pai e filho e seus aliados”. Segundo ele, o objetivo da investigação seria provocar “desgaste político”, e não buscar justiça.
Ao final da nota, o deputado afirma que, caso sua atuação em defesa do que chama de “luta contra a ditadura brasileira” seja interpretada como criminosa, assume a responsabilidade. “Se o meu ‘crime’ for lutar contra a ditadura brasileira, declaro-me culpado de antemão.”
O inquérito que envolve Eduardo Bolsonaro tramita sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal.


