Kirk fundou a Turning Point USA em 2012, aos 18 anos, após ter sido recusado pela Academia Militar de West Point.
O ativista de direita Charlie Kirk, de 31 anos, morreu nesta quarta-feira (10) após ser baleado no pescoço durante um evento na Universidade Utah Valley, nos Estados Unidos. A informação foi confirmada por Donald Trump em uma rede social. Fundador da organização conservadora Turning Point USA e nome influente entre os apoiadores mais jovens do Partido Republicano, Kirk era considerado uma das principais vozes do conservadorismo contemporâneo no país.
Kirk fundou a Turning Point USA em 2012, aos 18 anos, após ter sido recusado pela Academia Militar de West Point. Decidiu não ingressar na universidade e focou na articulação política estudantil, com foco em causas da direita americana. Seu carisma, somado à capacidade de articulação com doadores e lideranças partidárias, impulsionou o crescimento meteórico da organização, que passou de uma receita de US$ 4,3 milhões em 2016 para US$ 92,4 milhões em 2023, conforme reportado pela imprensa americana.
Ao longo da última década, a Turning Point se consolidou como uma das bases da militância conservadora jovem, atuando em dezenas de escolas e universidades. Em 2020 e 2024, a organização liderou o movimento Estudantes com Trump, voltado à mobilização eleitoral em favor do então candidato republicano.
A influência de Kirk no núcleo político de Trump foi além da militância de base. Durante o primeiro mandato do presidente, ele esteve na Casa Branca em diversas ocasiões e contribuiu para a triagem de nomes leais ao trumpismo que ocupariam cargos na administração federal. Em 2016, tornou-se o mais jovem orador da Convenção Nacional Republicana.
Em 2021, sua organização foi listada entre os grupos que participaram do comício de 6 de janeiro, que antecedeu a invasão ao Capitólio. Embora tenha promovido o transporte de apoiadores para Washington, seu nome não foi incluído entre os principais convocados pelo comitê do Congresso que investigou os ataques.
Mídia e legado
Mais recentemente, teve papel decisivo na escolha de J.D. Vance como vice na chapa republicana que venceu a disputa presidencial contra Kamala Harris em 2024. Segundo o New York Times, Trump reconheceu publicamente a atuação de Kirk ao mencionar o crescimento de votos entre jovens eleitores: “Na verdade, tirando os hispânicos, essa foi provavelmente a nossa maior mudança. Então, Charlie, eu aprecio o que você fez”, declarou o presidente eleito.
Kirk também comandava um programa de rádio diário, The Charlie Kirk Show, transmitido nacionalmente. Seu podcast figurava entre os mais ouvidos do país. Ao todo, suas redes sociais somavam mais de 14 milhões de seguidores.
