Na semana passada, um homem foi preso após ser acusado de integrar uma rede internacional que facilitava a entrada de pessoas da Coreia do Norte.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) anunciou na semana passada a prisão de um cidadão norte-americano e a formalização de acusações contra uma rede internacional que facilitava o ingresso de norte-coreanos em empresas de tecnologia nos EUA. Segundo a Agência Reuters, os envolvidos fraudavam identidades de cidadãos norte-americanos para obter empregos remotos e repassar recursos ao regime da Coreia do Norte, além de acessar informações sensíveis de empresas de diversos setores.
De acordo com o DOJ, o esquema resultou em prejuízos diretos de ao menos 900 mil dólares em criptomoedas furtadas de uma empresa sediada na Geórgia, além de custos legais e operacionais superiores a US$ 3 milhões. Dados de empregadores e códigos-fonte foram igualmente comprometidos — inclusive informações protegidas por normas federais sobre armamentos, como o International Traffic in Arms Regulations (ITAR), em uma contratada de defesa na Califórnia.

Prisões, mandados e apreensões
Zhenxing “Danny” Wang, cidadão dos Estados Unidos, foi detido em Nova Jersey. Já Kejia Wang, também norte-americano, permanece foragido. Ambos são acusados de dar suporte técnico e logístico aos norte-coreanos. Segundo a promotoria, eles operavam laptops utilizados pelos trabalhadores remotos, criavam contas bancárias para envio dos recursos à Coreia do Norte e constituíam empresas de fachada com o intuito de mascarar a origem das contratações. Os dois teriam lucrado aproximadamente 700 mil dólares com a operação.
Outros quatro facilitadores norte-americanos não identificados também são investigados. Além disso, o Departamento de Justiça indiciou seis cidadãos chineses e dois taiwaneses por participarem da mesma estrutura.
Durante a operação, mais de vinte localidades em território norte-americano foram alvo de buscas e apreensões. O FBI confiscou dispositivos eletrônicos, contas financeiras e domínios usados pelos envolvidos para operar o esquema.
Procurados e recompensa
O governo norte-americano também divulgou mandados de prisão federal para quatro cidadãos norte-coreanos acusados de integrar um grupo responsável pelo roubo de criptomoedas em 2022. Kim Kwang Jin, Kang Tae Bok, Jong Pong Ju e Chang Nam Il são procurados por conspiração para fraude eletrônica, fraude e lavagem de dinheiro. Segundo a acusação, eles usaram nomes e documentos falsos para trabalhar remotamente em duas empresas e, a partir do acesso obtido, desviaram ativos digitais no valor de mais de 900 mil dólares.
O Departamento de Estado, por meio do programa Rewards for Justice, oferece até 5 milhões de dólares por informações que levem à interrupção de mecanismos financeiros usados para sustentar o regime norte-coreano. Isso inclui a exportação de mão de obra, lavagem de dinheiro e atividades cibernéticas ilícitas vinculadas ao programa de armas de destruição em massa da Coreia do Norte.
Os quatro foragidos são fluentes em coreano e inglês, com registros de passagem pelos Emirados Árabes Unidos e Laos. As autoridades detalharam as identidades, datas de nascimento e pseudônimos utilizados por cada um, reforçando o alerta à população.
Até o momento, a missão permanente da Coreia do Norte na ONU não se manifestou. Em Pequim, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que o país tomará “todas as medidas necessárias para salvaguardar os direitos e interesses de seus cidadãos”.

