Às 9h16, a cotação registrava avanço de 2,10%, sendo vendido a R$ 5,619. A reação ocorre após os EUA anunciar uma tarifa de 50%.
O dólar à vista operava em alta expressiva frente ao real na manhã desta quinta-feira (10), ampliando os ganhos da véspera e refletindo a crescente aversão dos investidores à moeda brasileira. Às 9h16, a cotação registrava avanço de 2,10%, sendo vendido a R$ 5,619. No mercado futuro, o dólar com vencimento mais próximo subia 0,33%, negociado a R$ 5,630 na B3.
A reação ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, em medida que elevou a tensão nos mercados internacionais. A decisão surpreendeu analistas e operadores, especialmente porque o Brasil havia sido inicialmente incluído em uma lista tarifária de 10% — e seguia em tratativas diplomáticas para evitar uma escalada.
Cotação e resposta do Banco Central
Na véspera, o dólar à vista já havia encerrado o dia em alta de 1,05%, a R$ 5,50359. O movimento ascendente, porém, ganhou intensidade nesta manhã após o anúncio norte-americano, considerado atípico pelo mercado por ocorrer mesmo diante de um superávit dos Estados Unidos na balança comercial com o Brasil.
Para tentar conter a volatilidade, o Banco Central anunciou a realização de um leilão de até 35 mil contratos de swap cambial tradicional, com vencimento em 1º de agosto de 2025, com o objetivo de rolagem e estabilização do mercado.
No câmbio comercial, o dólar era negociado a R$ 5,618 na compra e R$ 5,619 na venda. Já no segmento de turismo, as cotações variavam entre R$ 5,476 para compra e R$ 5,656 para venda.
Tarifaço de Trump e reação do dólar
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) a imposição de tarifas de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil. A medida entra em vigor a partir de 1º de agosto e foi oficializada por meio de uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), divulgada na rede Truth Social. O republicano alega que a decisão é uma resposta ao suposto tratamento dado pelo governo brasileiro ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a restrições judiciais contra plataformas digitais americanas.
Na carta, Trump afirma que o Supremo Tribunal Federal (STF) “ameaça a liberdade de expressão” nos Estados Unidos ao impor ordens judiciais que atingiriam redes sociais como X (antigo Twitter), Rumble e outras empresas americanas. O documento acusa o STF de emitir “centenas de ordens de censura secretas e ilegais”, gerando o que o ex-presidente norte-americano classifica como um ataque direto aos direitos fundamentais dos cidadãos dos EUA.
“É uma caça às bruxas que deve terminar imediatamente”, escreveu Trump sobre o julgamento de Jair Bolsonaro no Brasil.


