Toda vez que Emicida anuncia um novo álbum, o país inteiro entra em expectativa. Isso porque ele não entrega apenas música, mas pensamento, afeto, filosofia, política racial, estética e ancestralidade. Emicida é um dos maiores arquitetos da arte negra contemporânea e cada novo trabalho representa um avanço no entendimento do Brasil sobre si mesmo.
Seu novo álbum (título a ser inserido quando divulgado) segue essa trajetória de grandeza. Assim como fez com AmarElo, Emicida volta a construir pontes entre passado, presente e futuro da música negra. O artista convoca vozes pretas da tradição como Clementina de Jesus, Milton Nascimento e Jards Macalé e mistura essas referências com a MPB moderna de Liniker, Luedji Luna e Majur, além dos ecos da diáspora africana, como Fela Kuti, Nina Simone e Miriam Makeba.
Emicida tem uma capacidade única de narrar experiências coletivas através de histórias íntimas. Ele fala de infância, de vulnerabilidade, de racismo estrutural, de espiritualidade, de travessias e de reconstrução. Cada álbum funciona como documento histórico e emocional da população negra brasileira.
Seu novo trabalho deve ampliar ainda mais essa visão, reforçando sua posição como intelectual público, poeta, pensador de país e mestre da narrativa. Emicida sabe que música é ferramenta de cura e consegue traduzir esse entendimento em versos que se tornam mantras para toda uma geração.

