No dia 09 de novembro de 2022, o mundo ficou mais triste, com a partida de uma das maiores e mais importantes artistas que já passou por aqui: Gal Costa nos deixou pouco depois de completar 77 anos de vida e 57 de carreira.
Mas ela está entre nós para sempre: sua voz, sua música, suas conquistas, sua história, ficarão eternamente na memória de cada um dos brasileiros e brasileiras que foram atravessados de alguma forma pelo acontecimento que foi Gal Costa.
Preparamos uma playlist especial, com 40 canções que contam a trajetória da cantora, compositora e multi-instrumentista que – com um timbre inconfundível, uma musicalidade precisa e versatilidade impressionante, era praticamente uma camaleoa, transitando por vários gêneros e estilos com maestria.
Além disso, a coragem e autenticidade de Gal Costa, abriram as portas para muitas mulheres que vieram depois dela na música. Desde o início, Gal conta a sua história por meio das canções que resolveu interpretar em sua voz.

40 músicas na voz de Gal Costa
Começamos com esta, que não foi a primeira música gravada pela baiana, mas que foi a música que a fez decidir seguir de vez com a carreira de cantora: “Chega de Saudade”.
Gal era uma jovem menina nascida e crescida em Salvador, já tinha aprendido a tocar violão na infância com uma vizinha, e aprendido a cantar sozinha (estudava colocando uma panela na cabeça para que sua voz reverberasse melhor), quando – aos 14 anos, em 1959 – escutou João Gilberto cantar “Chega de Saudade” pela primeira vez.
Composição de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, a canção tornou-se o marco inicial da Bossa Nova, quando gravada por Elizeth Cardoso (acompanhada por João no seu característico violão) no disco “Canção do Amor Demais”, de 1958. O “Pai da Bossa Nova” a gravou um ano depois, em um disco que levou o mesmo nome da canção.
Nesta época, Gracinha (antes de começar a usar o nome artístico Gal Costa, a tímida Maria da Graça Costa Penna Burgos era conhecida como Gracinha) trabalhava em uma loja de discos e passava os dias consumindo todo o tipo de música que pudesse. Mas, foi a voz de João Gilberto e sua batida ao violão que fizeram Gal – para a nossa sorte – ter mais certeza do que queria da vida: cantar.
Mais tarde, quando João Gilberto escutou Gal Costa cantar, ele disse que ela era a maior cantora do Brasil. Gal teve a oportunidade de se encontrar muitas vezes com seu ídolo e grande influência, mas só veio a gravar “Chega de Saudade” em 1999, em seu disco “Gal Costa Canta Tom Jobim ao Vivo”, somente com composições de Jobim, outro ícone da Bossa Nova.
- 2 – Minha Senhora (Caetano Veloso e Gilberto Gil)
Em 1963, Gal conheceu Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia, apresentada por suas amigas de infância Dedé e Sandra Gadelha, que viriam a se tornar esposas de Caetano e Gil, respectivamente, durante algum tempo.
Juntos, Gal, Gil, Caetano, Bethânia e Tom Zéfizeram – em 1964 – o show “Nós, Por Exemplo”, para inaugurar o Teatro Vila Velha, de Salvador, com um repertório de canções da Bossa Nova, de Dorival Caymmi e de cada um dos compositores do elenco.
No mesmo ano, fizeram juntos mais um espetáculo: “Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova”, que tinha a intenção de inserir o grupo baiano em um plano histórico que passava pelo passado musical da MPB, depois por alguma renovação da bossa nova, chegando em algo que seria a sua continuação, representada por eles mesmos que – já como um prenúncio – consideravam-se descendentes do movimento liderado por Tom Jobim, João Gilberto e Vinicius de Moraes, mas – ao mesmo tempo – precursores de um novo movimento que viria inovar a música brasileira de uma forma jamais vista.
Em 1965, estiveram mais uma vez juntos no espetáculo “Arena Canta Bahia”, dirigido por Augusto Boal. Em seguida, Gal deixou a Bahia para investir na carreira de cantora na cidade do Rio de Janeiro.
Em 1966, Gal Costa participou do I Festival da Canção, interpretando a música “Minha Senhora”, de Gilberto Gil eTorquato Neto.
- 3 – Coração Vagabundo (Caetano Veloso)
Em 1967, a cantora lançou o seu primeiro LP: “Domingo”, ao lado de seu amigo e parceiro por toda uma vida – Caetano Veloso – que também estreava em seu primeiro disco. Deste álbum, destaca-se a canção “Coração Vagabundo”, composição de Caetano.
- 4 – Baby (Caetano Veloso)
Nesta época, Gal iniciou – junto com outros grandes nomes da música popular brasileira como Caetano, Gil, Torquato Neto, Rogério Duprat, Capinan, Tom Zé, e Os Mutantes – o Movimento Tropicalista: movimento de contracultura, que transcendeu tudo o que já havia em termos de produção artística no Brasil.
A Tropicália contemplou e internacionalizou a música, o cinema, as artes plásticas, o teatro e toda a arte brasileira. O movimento surgiu sob a influência das correntes artísticas da vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira, como o rock e o concretismo, misturando manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais, para criar algo inovador, que interviesse na cena de indústria cultural e de cultura de massas da época. E que representasse uma mudança de parâmetros, que atendesse também aos anseios da juventude da época.
Em 1968, Gal Costa lançou – ao lado de seus companheiros – o álbum “Tropicália” ou “Panis et Circense”. Entre as canções mais marcantes está “Baby”, de Caetano Veloso, que Gal canta sozinha no disco e que tornou-se um hino Tropicalista – trazendo vários elementos da cultura pop, da cultura de massa e de consumo da época.
“Baby” é uma das músicas mais importantes da carreira da cantora e “Tropicália” ou “Panis et Circense” foi eleito o segundo melhor disco de música brasileira da história, pela Revista Rolling Stone, em 2007. Essa mesma revista elegeu Gal Costa a sétima maior voz da história da música brasileira, em 2012.
Mais uma composição de Caetano gravada por Gal. Aliás, Gal Costa foi uma das maiores intérpretes de Caetano Veloso e gravou mais de 100 de canções do amigo ao longo de sua carreira. Caetano escreveu diversas de suas músicas especialmente para a musa.
- 5 – Divino Maravilhoso (Caetano Veloso e Gilberto Gil)
A partir desse momento, Gal passou a sentir a necessidade de desbravar novos territórios que não somente o canto suave da Bossa Nova, que a acompanhava desde o início da carreira. Queria expressar a sua arte e o que sentia de uma forma mais agressiva, mais experimental, mais revolucionária, com influências do que vinha escutando de fora do país, como a voz rasgada de Janis Joplin, que foi uma grande inspiração para Gal Costa.
Ainda em 1968, a cantora participou do IV Festival da Record, defendendo a canção “Divino Maravilhoso”, de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Esta apresentação representou um marco na transição de postura de Gal, refletida no palco, na voz, nas atitudes, nas canções escolhidas para interpretar, nas roupas que vestia.
“Divino Maravilhoso” foi um grito de liberdade, não só para Gal, mas para o povo brasileiro, em uma época de sofrimento por conta dos duros tempos de repressão.
No auge da ditadura militar e com a recente instauração do Ato Institucional nº 5, com o cerceamento das liberdades democráticas, de expressão e das criações libertárias, o movimento Tropicalista sofreu forte censura e perseguição. Caetano e Gil – já grandes ídolos de uma geração e líderes do movimento – foram presos em novembro de 1968 e, depois, obrigados a se exilar em Londres em 1969.
Com o exílio de seus amigos, parceiros e líderes do movimento, Gal tornou-se – quase que forçadamente – um símbolo de resistência artística, passando a ser reconhecida como a “Musa da Tropicália” ou da “Geração do Desbunde”, recebendo a missão de manter acesa a chama do Tropicalismo no Brasil.
- 6 – Não Identificado (Caetano Veloso)
Em 1969, Gal Costa lançou seu primeiro álbum solo, homônimo, em que se destacam – além de “Divino Maravilhoso” e “Baby” – “Que Pena” (Ela já não gosta mais de mim) (de Jorge Ben Jor); “Namorinho de Portão” (de Tom Zé); e “Não Identificado”, mais uma canção de Caetano Veloso, que a cantora regravou diversas vezes ao longo de sua carreira, não podendo ficar fora do repertório dos seus shows.
A partir daí, a cantora passou a lançar, um em seguida do outro, álbuns transgressores e revolucionários.
Ainda em 1969, lançou o seu segundo disco solo, “Gal”, considerado um álbum psicodélico e um dos registros mais radicais da música popular brasileira, com canções como “Cinema Olympia” (de Caetano) e País Tropical (de Jorge Ben Jor, feita em um primeiro momento para Gal gravar, mas que Wilson Simonal quando conheceu pediu para Jorge se ele poderia lançar, tornando a canção icônica em sua voz).
Deste álbum destaca-se mesmo a canção “Meu Nome é Gal”, composta pela dupla Roberto e Erasmo Carlos, especialmente para a cantora, em que ela duela com uma guitarra, mostrando toda a potência de sua voz.
A música deu nome à cinebiografia de Gal Costa (interpretada por Sophie Charlotte e dirigida por Dandara Ferreira). O filme de 2023 acompanha a trajetória de Gal desde antes de se tornar a famosa cantora, até 1971, quando ela estrela o icônico show “Fa-tal”, que deu origem ao antológico LP “Fa-tal: Gal a todo o Vapor”.
Em 1970, Gal visitou Caetano e Gil em Londres, fez shows pela Europa e se aproximou ainda mais de influências estrangeiras do rock’n roll como Jimi Hendrix, The Beatles e, principalmente, Janis Joplin.
Quando voltou ao Brasil, gravou “Legal”, seu terceiro álbum, que conta, entre outras, com: Eu Sou Terrível (de Roberto e Erasmo); London, London (de Caetano); Mini Mistério (de Gil) e Falsa Baiana (de Geraldo Pereira).
- 8 – Vapor Barato (Jards Macalé e Waly Salomão)
Na época em que Gil e Caetano estavam exilados, Gal começou a trabalhar constantemente com novos parceiros, como Jards Macalé, Waly Salomão e Lanny Gordin.
Dessa parceria, Gal Costa gravou um dos álbuns mais importantes de sua carreira e da história da música popular brasileira: o LP duplo “Fa-tal: Gal a todo o Vapor”, produzido a partir da gravação de um show ao vivo, chamado “Fa-tal”, dirigido por Waly Salomão, em 1971.
No espetáculo, a cantora se apresentava – na primeira parte – sozinha ao violão, num formato mais acústico e intimista, e – na segunda parte – acompanhada da banda, com mais agressividade e atitude rock’n roll.
Fazem parte desse disco muitas das canções mais importantes da carreira da cantora baiana. Uma delas é “Vapor Barato”, composição de Macalé e Waly, sobre a qual nós contamos a história completa aqui.
Este disco foi eleito pela revista Rolling Stone Brasil como o 20º melhor disco brasileiro de todos os tempos. Outras música importantes do álbum são:
- 9 – Sua Estupidez (Roberto e Erasmo)
- 10 – Como 2 e 2 (Caetano Veloso)
E também:
“Pérola Negra” é uma composição do até então desconhecido Luiz Melodia.
Depois de ser apresentado à Gal por Wally Salomão e Torquato Neto – que descobriram o artista tocando no Morro do Estácio – a cantora passou a considerar Luiz Melodia um de seus compositores preferidos da vida.
Foi aí que o Brasil teve o grande privilégio e presente de conhecer esse gigante da nossa música. Dois anos depois da gravação de Gal, Luiz Melodia lançou o seu primeiro álbum, que levou o nome de “Pérola Negra”.
- 13 – Volta (Lupicínio Rodrigues)
Em 1973, Gal lançou o disco “Índia”, dirigido por Gilberto Gil, e com sucessos como a faixa-título (versão de José Fortuna para canção dos paraguaios José Asunción Flores e Manuel Ortiz Guerrero); Milho Verde (do próprio Gil); Volta (deLupicínio Rodrigues); e Desafinado (de Tom Jobim e Newton Mendonça).
O espetáculo apresentado a partir desse álbum também foi um grande marco na MPB, quando Gal – revolucionária – tocava seu violão com as pernas abertas em cima de um banquinho.
O álbum foi censurado pela censura na época por “ferir a moral e os bons costumes”. A capa trazia um belíssimo close na tanga vermelha usada pela cantora e a contracapa tinha uma foto que mostrava seus seios. A solução que a gravadora achou para continuar vendendo foi envolver o álbum num plástico azul, o que aumentou ainda mais a curiosidade do público, acarretando numa vendagem enorme.
- 14 – Da Maior Importância (Caetano Veloso)
Neste mesmo álbum, Gal gravou a faixa “Da Maior Importância”, música que Caetano Veloso escreveu especialmente para declarar seu amor à cantora baiana, uma história que se transformou em uma das amizades mais bonitas da MPB.
- 15 – Barato Total (Gilberto Gil)
Em 1974, Gal Costa lançou o álbum “Cantar”, dirigido por Caetano Veloso e um pouco mais suave do que os últimos discos, com a clássica “Barato Total”, de Gilberto Gil.
- 16 – Lágrimas Negras (Jorge Mautner e Nelson Jacobina)
Este mesmo álbum ainda conta com outro grande sucesso no “cantar” de Gal: a música “Lágrimas Negras”, composição de Jorge Mautnere Nelson Jacobina.
Um dos versos da canção – “Belezas são coisas acesas por dentro” – inspirou o título do álbum que a cantora e compositoraCatto gravou em tributo à Gal Costa em 2023. Catto é uma das muitas cantoras brasileiras influenciadas por Gal, como já contamos neste artigo especial.
- 17 – Modinha para Gabriela (Dorival Caymmi)
Em 1975, a cantora gravou a abertura de uma das maiores novelas brasileiras, “Gabriela”, baseada no livro de Jorge Amado – “Gabriela, Cravo e Canela”, publicado em 1958 – com a canção “Modinha para Gabriela”, de Dorival Caymmi.
Contrariando seus hábitos, Caymmi – grande amigo e parceiro de Jorge Amado – concordou em fazer por encomenda o tema de abertura da novela da Rede Globo. A letra da música descreve a liberdade de espírito da protagonista – interpretada pela atriz Sônia Braga – e suas principais características.
Gal Costa foi escolhida para interpretar a canção-tema, que se tornou um grande sucesso na carreira da cantora baiana. Tanto que, no remake da novela, em 2012 – com Gabriela, agora vivida por Juliana Paes – a música de abertura manteve-se a mesma.
- 18 – Só Louco (Dorival Caymmi)
O sucesso da canção foi tanto, que levou Gal a gravar – no ano seguinte – um disco inteiro cantando Caymmi, com canções como “Só Louco”, “Vatapá” e “Rainha do Mar”.
“Só Louco” também foi tema de novela global em 1977: “O Casarão”.
- 19 – Esotérico (Gilberto Gil)
Em 1976, Gal Costa juntou-se a Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gilberto Gil para o espetáculo “Doces Bárbaros”, com 15 canções novas, compostas exclusivamente para a turnê, e que virou documentário e um álbum considerado uma obra-prima da MPB.
Entre as canções está a clássica “Esotérico” (composição de Gil cantada em dueto entre Gal e Bethânia).
O grupo voltou a se encontrar nos palcos em 2002 e o encontro gerou o álbum “Outros (Doces) Bárbaros”, em 2004.
- 20 – Quando (Gil, Caetano e Gal)
Outra canção importante desse espetáculo e álbum é ”Quando”, composição de Gil, Caetano e com a participação de Gal na composição, uma das poucas canções de autoria da grande intérprete baiana.
- 21 – Caras & Bocas (Maria Bethânia e Caetano Veloso)
Em 1977, Gal Costa lançou o álbum “Caras & Bocas”, com sucessos como “Tigresa” (de Caetano) e a homônima Caras & Bocas, que Bethânia e Caetano escreveram especialmente para Gal, também uma das poucas composições da grande intérprete Maria Bethânia.
- 22 – Folhetim (Chico Buarque)
Em 1978, Gal Costa lançou aquele que seria o primeiro disco de ouro de sua carreira: Água Viva, que trouxe os clássicos “Folhetim” (de Chico Buarque), grande sucesso na voz de Gal; “O Gosto do Amor” (de Gonzaguinha); e “Paula e Bebeto” (de Milton Nascimento).
Em 1978, a cantora apresentou o show “Gal Tropical”, que representou uma mudança na sua imagem, que passou agora a ter uma pegada mais pop e atingir um público ainda maior.
O show gerou um disco com o mesmo nome, que tinha entre as canções alguns dos maiores sucessos de sua carreira, como: “Balancê” (de João de Barro e Alberto Ribeiro), grande sucesso do Carnaval.
- 24 – Força Estranha (Caetano Veloso)
Outra música de muito sucesso desse álbum é “Força Estranha”, mais uma composição de Caetano Veloso que tornou-se hit imortalizado na voz de Gal.
- 25 – Aquarela do Brasil (Ary Barroso)
Em 1980, Gal gravou o disco “Aquarela do Brasil”, com músicas de Ary Barroso, como a clássica canção que dá nome ao disco e que explodiu na voz de Gal.
A gente também já contou a história dessa música aqui no nosso site. Confira!
- 26 – Meu Bem, Meu Mal (Caetano Veloso)
- 27 – Canta Brasil (David Nasser e Alcir Pires Vermelho)
Em 1981, foi a vez do álbum “Fantasia”, que trouxe sucessos como: “Meu Bem Meu Mal’ (de Caetano Veloso) e “Canta Brasil” (de David Nasser e Alcir Pires Vermelho), que foi abertura da novela “Deus nos Acuda”, exibida pela TV Globo entre 1992 e 1993.
- 28 – Festa no Interior (Moraes Moreira e Abel Silva)
Outro sucesso desse álbum é a música e a inesquecível e animadíssima “Festa no Interior”, composição de Moraes Moreira e Abel Silva, grande clássico da voz de Gal.
- 30 – Dom de Iludir (Caetano Veloso)
Em 1982, Gal gravou outro disco de sucesso, “Minha Voz”, em que se destacaram as gravações de “Azul” (de Djavan); “Dom de iludir” (de Caetano Veloso).
Outro sucesso desse álbum é a carnavalesca “Bloco do Prazer” (de Moraes Moreira e Fausto Nilo).
- 32 – Vaca Profana (Caetano Veloso)
Em 1984, a cantora lançou “Profana”, álbum que conta com a poderosa e revolucionária “Vaca Profana”(de Caetano Veloso) e o sucesso inesquecível em sua voz: “Chuva de Prata” (de Ed Wilson e Ronaldo Bastos).
- 34 – Sorte (Celso Fonseca e Ronaldo Bastos)
- 35 – Um Dia de Domingo (de Michael Sullivan e Paulo Massadas)
Em 85, o disco “Bem Bom” traz dois duetos de muito sucesso na carreira de Gal Costa: “Sorte”, composição de Celso Fonseca e Ronaldo Bastos, cantada em dueto com Caetano Veloso e sobre a qual já contamos a história aqui; e “Um Dia de Domingo”, composição de Michael Sullivan e Paulo Massadas, em um dueto com Tim Maia, sobre a qual também já contamos a história por trás aqui no nosso site.
Em 1987, o álbum “Lua de Mel como o Diabo Gosta”, conta com o hit na voz de Gal: “Lua de Mel”, de Lulu Santos.
- 37 – Brasil (Cazuza, George Israel e Nilo Romero)
Em 1988, Gal Costa gravou a música que virou hino de uma nação ainda machucada pela saída recente de um período duro de ditadura militar: “Brasil” (de Cazuza, George Israel e Nilo Romero), especialmente para o tema de abertura da clássica novela “Vale Tudo” (e segue sendo agora, no remake de 2025!).
Durante os anos 90 e 2000, Gal gravou vários discos em que interpretou com maestria tanto canções de outros nomes consagrados da MPB, como de novos compositores: “Plural” (1990); “Gal” (1992); “O Sorriso do Gato de Alice” (1993); “Mina D’Água do Meu Canto” (1995); “Acústico MTV” (1997); “Aquele Frevo Axé” (1998); e “Gal Costa Canta Tom Jobim” (1999).
Já nos anos 2000 vieram os álbuns: “De Tantos Amores” (2001); “Galbossatropical” (2002); “Todas as Coisas e Eu” (2003); “Hoje” (2005); “Gal Costa Ao Vivo” (2006); e “Live At The Blue Note” (gravado em 2006, diretamente da famosa casa de shows em Nova York).
Em 2011, seu afilhado – Moreno Veloso – produziu um disco de Gal junto com o pai, Caetano – idealizador do álbum e compositor de todas as faixas. Intitulado “Recanto”, o disco incluiu arranjos eletrônicos às canções e foi elogiadíssimo pela crítica, ganhando uma versão ao vivo em 2013.
Em 2015, Gal Costa lançou o disco “Estratosférica”, em comemoração aos seus 50 anos de carreira, onde gravou canções de diversos compositores jovens e da atualidade, como Mallu Magalhães (autora do grande sucesso “Quando Você Olha Pra Ela”; Céu(compositora da música que dá título ao disco, em parceria com Pupillo e Júnior Barreto); Criolo (autor de “Dez Anjos”, em parceria com Milton Nascimento); e Marcelo Camelo (autor de “Espelhos D’água”).
Estratosférica ganhou uma versão ao vivo em 2017. Em 2016, Gal saiu em turnê ao lado de Gilberto Gil eNando Reis, com o espetáculo “Trinca de Ases”, que virou álbum homônimo, em 2018.
- 39 – Palavras no Corpo (Silva e Omar Salomão)
Em 2019, a cantora lançou o elogiado álbum “A Pele do Futuro”, com influências do soul e da música disco, e com canções também de jovens compositores como: Silva e Omar Salomão, no super sucesso “Palavras no Corpo”; Dani Black, em “Sublime”;Thalma de Freitas, em “Ecstasy”; e Marília Mendonça no hit “Cuidando de Longe“, que encerra essa nossa lista de 40 sucessos na voz de Gal Costa.
- 40 – Cuidando de Longe (Marília Mendonça, Juliano Tchula, Junior Gomes e Vinicius Poeta)
E em 2021, Gal Costa lançou aquele que seria o seu último álbum em vida: “Nenhuma” Dor, em que canta grandes sucessos dos seus quase 60 anos de carreira, ao lado de artistas como: Silva, Criolo, Rodrigo Amarante, Rubel, Tim Bernardes, Seu Jorgee Zeca Veloso.
Gal Costa nos deixou em 9 de novembro de 2022, poucos meses depois de completar 77 anos, por conta de um infarto agudo do miocárdio, além de uma neoplasia maligna de cabeça e pescoço.
O nome dela é Gal! E ele está escrito para sempre na nossa história.

