O líder do PSB na Câmara, deputado federal Pedro Campos (PE), disse nesta quarta-feira (8) que os supersalários dos servidores públicos, no Brasil, derivam de superpoderes. A fala foi em entrevista ao Nova Manhã, com Diego Amorim e Hariane Bittencourt.
“Em relação ao supersalários, esse é um tema sensível. Eles, na verdade, derivam de superpoderes. Não nasceram do nada. Se olharmos para as carreiras que têm supersalários de maneira geral, são carreiras que acumulam, pela sua função, poderes importantes. Realmente não é um tema simples pra ser tratado pela Câmara”, afirmou.
O parlamentar fez parte do grupo de trabalho criado na Câmara dos Deputados para discutir a reforma administrativa. Entre outras medidas, a proposta pode cortar privilégios de funcionários públicos, mudar a organização de concursos e a reorganizar a contratação para cargos comissionados.
Ele explicou que, apesar de revisar privilégios e reduzir o inchaço da máquina pública, a reforma administrativa não pode retirar diretos. “O servidor público não pode ser visto como vilão, mas como agente do estado. Queremos a valorização do servidor e não a precarização desse vínculo”, opinou.
Mesmo reconhecendo a importância de avançar nas discussões sobre o tema, Pedro Campos foi contrário ao texto do relator, deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ). “Esse grupo de trabalho era bastante heterogêneo. Se buscou construir o máximo de convergência possível, mas era impossível chegar a um texto comum”, ponderou.
O líder do PSB na Câmara adiantou, também, que a proximidade com as eleições de 2026 deve ser um entrave para o avanço do texto. “Difícil que essa pauta avance no próximo ano. É difícil imaginar que possamos ter ganhos significativos por estarmos a um ano das eleições”, disse.
Confira entrevista abaixo:

