Além de Bolsonaro, o julgamento envolve também ex-ministros e o tenente-coronel Mauro Cid, que figura como delator da ação.
O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu 3.357 inscrições do público interessado em acompanhar presencialmente o julgamento do chamado “núcleo 1” da ação penal sobre tentativa de golpe de Estado, marcado para setembro, em que inclui o ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL).
O processo envolve também ex-ministros e o tenente-coronel Mauro Cid, que figura como delator da ação. O julgamento ocorrerá em cinco sessões na sala da Primeira Turma da Corte, com início em 2 de setembro.
Além do público geral, o STF também confirmou o credenciamento de 501 profissionais de comunicação, incluindo veículos internacionais. O prazo para cadastro da imprensa encerrou-se às 18h da última quarta-feira (27). Segundo a Corte, apenas 80 assentos serão destinados à imprensa no espaço interno, preenchidos por ordem de chegada.

Sessões e acesso
As sessões ocorrerão em 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, com variação de horários entre manhã e noite. Cinegrafistas e fotógrafos não terão acesso ao interior da sala de sessões, mas imagens oficiais serão disponibilizadas no Flickr do STF. A cobertura ao vivo será feita pela TV Justiça e pelos canais institucionais da Corte no YouTube e aplicativo oficial.
O público externo poderá acompanhar os trabalhos por meio de um telão com cadeiras instaladas do lado de fora do prédio. A organização do STF restringiu a movimentação e o posicionamento de equipes: cada veículo poderá manter dois profissionais dentro da Primeira Turma e até cinco na área externa, em frente ao edifício das Turmas. Transmissões ao vivo serão permitidas apenas no térreo do Anexo 2 e na marquise do prédio principal.
Dentro do plenário, qualquer tipo de filmagem, inclusive por celular, está vedada.

Os crachás deverão ser retirados com ao menos uma hora de antecedência no Anexo II-B. Para o público geral, as 150 vagas disponíveis no plenário da Segunda Turma serão distribuídas entre as cinco sessões, conforme confirmação enviada por e-mail aos inscritos.
Julgamento de Bolsonaro (Núcleo 1)
O julgamento abrange oito acusados que, segundo a Procuradoria-Geral da República, compunham a cúpula de articulação para abolição violenta do Estado Democrático de Direito. São eles:
- Jair Bolsonaro (ex-presidente da República);
- Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin);
- Almir Garnier Santos (almirante e ex-comandante da Marinha);
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
- Augusto Heleno (general da reserva e ex-ministro do GSI);
- Mauro Cid (tenente-coronel e ex-ajudante de ordens da Presidência);
- Paulo Sérgio Nogueira (general e ex-ministro da Defesa);
- Walter Braga Netto (general da reserva e ex-ministro da Defesa e da Casa Civil).
Eles respondem por cinco crimes: tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e destruição de patrimônio tombado.

