A exposição Cazuza Exagerado estreia nesta semana no Rio de Janeiro como a maior já dedicada à trajetória de um dos artistas mais marcantes da música brasileira.
Com mais de 700 peças reunidas — entre manuscritos, fotografias, documentos, objetos pessoais e figurinos — a mostra presta homenagem a Cazuza no ano em que se completam 35 anos de sua morte.
Dividida em nove salas temáticas, a exposição oferece uma imersão emocional e estética na vida e na obra de Agenor de Miranda Araújo Neto, o Cazuza. Desde a infância até os palcos, passando pela vida pessoal e pela batalha contra a Aids, o visitante é conduzido por memórias, letras e imagens que revelam todas as faces do cantor.

Uma curadoria feita com afeto e memória
O projeto é conduzido pelo curador Ramon, que destaca a importância da mãe do cantor, Lucinha Araújo, na preservação do acervo. “Essa exposição só é possível graças à Lucinha, que sempre foi uma grande guardiã da memória do Cazuza”, afirmou.
Lucinha visitou a mostra antes da abertura ao público, acompanhada da equipe do programa Fantástico. Ao percorrer os corredores do espaço, ela relembrou a infância do filho: “Ele era muito quieto, escrevia e lia o tempo todo. Antes eu dizia: ‘Vai brincar na rua’. Depois, pedia: ‘Volta pra casa, menino!’”.
Entre os objetos expostos estão itens íntimos e afetivos, como a camisola de batismo feita por Lucinha, o primeiro brinquedo de Cazuza, sua escova de cabelo e bilhetes de infância.
Manuscrito original de “Exagerado” é um dos destaques
Um dos momentos mais emocionantes da exposição Cazuza Exagerado é o manuscrito original da música “Exagerado”, repleto de rasuras, anotações e versos não publicados. Segundo Lucinha, o filho escrevia de madrugada, com a porta do quarto fechada. “Quando ele saía, eu catava os papéis do lixo e guardava. Coisa de mãe”, revelou.
A mostra recria ainda o camarim do Canecão, palco da última apresentação de Cazuza, já debilitado pela doença, e exibe sua escrivaninha, máquinas de escrever e um mural de fotos montado por ele.

Homenagens e depoimentos
Além dos objetos pessoais, a exposição traz depoimentos de cerca de 80 amigos e artistas que conviveram com Cazuza. Há também um espaço dedicado à participação do cantor no programa do Chacrinha, um dos momentos marcantes de sua carreira.
Lucinha define o filho com uma única palavra: coragem. “Ele nunca reclamou da doença. Achava que a vida tinha dado tanto que não podia se queixar”, disse. Para ela, ver novas gerações descobrindo a obra do filho é uma forma de renascimento. “Ele está vivo. Morreu, mas vive no coração dos brasileiros.” As declarações de Lucinha foram dadas ao programa Fantástico da Rede Globo.
Serviço:
- Data: A partir de 12 de Junho de 2025
- Horário de funcionamento: Segunda a Sábado 10h às 22h | Domingo e Feriado 13h às 21h
- Duração: Aproximadamente 60 minutos
- Localização: Shopping Leblon – RJ
- Idade: Para todas as idades!
- Acessibilidade: O local é acessível para PCDs

