Recentemente, a notícia de que Milton Nascimento, um dos maiores nomes da música brasileira, foi diagnosticado com demência por corpos de Lewy chamou atenção de fãs e da mídia. Mas, afinal, o que é essa doença que, apesar de menos conhecida que o Alzheimer, é considerada uma das formas mais comuns de demência degenerativa?
A demência por corpos de Lewy (DCL) é uma doença neurológica progressiva que afeta principalmente a memória, a cognição, a percepção e o comportamento. Ela deve seu nome aos “corpos de Lewy”, que são depósitos anormais da proteína alfa-sinucleína no cérebro. Esses depósitos interferem na comunicação entre os neurônios e prejudicam funções cognitivas, emocionais e motoras.
Um dos aspectos que tornam a DCL particularmente complexa é a variedade de sintomas que podem surgir. Entre os mais comuns estão flutuações cognitivas, com períodos de confusão intercalados com momentos de clareza, alucinações visuais, geralmente detalhadas e recorrentes, e distúrbios do sono, como o sonambulismo ou a atuação de sonhos. Além disso, muitos pacientes apresentam rigidez muscular, tremores e dificuldades de movimento, sintomas que podem se confundir com o Parkinson.
A progressão da doença é gradual, e cada pessoa pode apresentar sintomas diferentes e em intensidades variadas. Isso torna o diagnóstico desafiador e exige acompanhamento médico especializado, geralmente envolvendo neurologistas e psiquiatras. O tratamento não é curativo, mas existem medicamentos que ajudam a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida, além de estratégias de suporte familiar e psicológico que são fundamentais.

No caso de Milton Nascimento, que construiu uma carreira marcada por vozes e melodias únicas, o diagnóstico reforça a importância de conscientização sobre a DCL. A doença afeta não apenas as capacidades cognitivas, mas também a percepção, a memória e, muitas vezes, a expressão artística, tornando essencial o apoio de familiares, amigos e profissionais de saúde.
Embora a demência por corpos de Lewy ainda seja pouco conhecida pelo grande público, ela representa uma das formas mais comuns de demência degenerativa, especialmente em pessoas acima de 60 anos. O caso de Milton Nascimento chama atenção para a necessidade de informação, diagnóstico precoce e cuidado humanizado, lembrando que a música e a memória cultural permanecem fortes, mesmo diante dos desafios da doença.
Em meio a tudo isso, os fãs e admiradores de Milton reforçam que sua obra marcada por décadas de contribuição à música brasileira e mundial continua viva, mostrando que, embora a doença possa afetar funções cognitivas, a arte permanece como patrimônio eterno.
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