O preço do aluguel disparou em agosto e voltou a pesar no bolso dos brasileiros. Segundo o Índice FipeZAP de Locação Residencial, o aumento médio foi de 0,66% no mês, superando a deflação registrada pelo IPCA (-0,11%) e a variação do IGP-M (+0,36%). O resultado interrompeu três meses de desaceleração e trouxe de volta a pressão sobre quem vive de aluguel.
Das 36 cidades monitoradas pelo levantamento, 29 tiveram aumento nos valores, incluindo 20 das 22 capitais. Apenas Campo Grande e Manaus registraram queda.
- Brasília: +3,55%
- Teresina: +3,08%
- Belém: +2,10%
- Vitória: +1,55%
- Recife: +1,37%
- Aracaju: +1,15%
- João Pessoa: +1,09%
- Natal: +1,06%
- Salvador: +0,98%
- Maceió: +0,79%
- Porto Alegre: +0,79%
- Belo Horizonte: +0,77%
- Florianópolis: +0,74%
- Fortaleza: +0,74%
- Cuiabá: +0,69%
- Goiânia: +0,62%
- São Luís: +0,50%
- Rio de Janeiro: +0,42%
- Curitiba: +0,13%
- São Paulo: +0,09%
- Campo Grande: –3,13%
- Manaus: –1,28%
A liderança de Brasília, com alta de 3,55%, chama atenção. Em apenas um mês, um contrato de, por exemplo, R$ 2.000 em julho passou para R$ 2.071 em agosto, uma diferença de R$ 71, ou seja, os preços na capital federal subiram muito acima da média nacional.
Em Teresina, quem pagava R$ 1.500 passou a desembolsar R$ 1.546. Já em Belém, um aluguel de R$ 1.800 saltou para R$ 1.837.
Alta no acumulado de 2025
Entre janeiro e agosto, o preço do aluguel já acumula alta de 6,83%. O resultado está bem acima do IPCA (3,15%) e contrasta com o IGP-M, que recuou 1,35% no período. Na prática, quem pagava R$ 2.000 no começo do ano agora desembolsa cerca de R$ 2.137.
As maiores valorizações foram registradas em:
- Teresina: +15,20% (um aluguel de R$ 1.500 virou R$ 1.725)
- Belém: +11,99% (R$ 2.000 virou R$ 2.240)
- Cuiabá: +10,78% (R$ 1.800 virou R$ 1.994)
Esse avanço coloca o aluguel como uma das despesas que mais pressionam o orçamento das famílias em 2025.
Alta também em 12 meses
O índice do FipeZAP mostra que, nos últimos 12 meses, o aumento do preço do aluguel foi ainda maior: 10,04%, também acima da inflação medida pelo IPCA (5,13%) e do IGP-M (3,03%). Isso significa que, em apenas um ano, um contrato de R$ 2.000 virou cerca de R$ 2.200.
Todas as 36 cidades acompanhadas registraram alta nesse recorte.
Quanto custa alugar um imóvel no Brasil?
O preço médio do aluguel chegou a R$ 49,77 por m² em agosto. Na prática, isso significa que um apartamento de 50m² custa, em média, R$ 2.488,50 por mês.
Entre as capitais, os maiores valores médios foram:
- São Paulo: R$ 61,69/m² – aluguel de 50m² sai por R$ 3.084,50
- Recife: R$ 60,65/m² – mesmo imóvel custa R$ 3.032,50
- Belém: R$ 60,65/m² – preço semelhante a Recife
Ou seja: viver em São Paulo ou Recife custa em média R$ 600 a mais por mês do que no resto do país.
Já os imóveis mais baratos, em média, continuam sendo os de três dormitórios (R$ 42,59/m²). Os mais caros, por metro quadrado, são os de apenas um dormitório (R$ 66,99/m²).
Perfil dos imóveis em agosto
- Imóveis de 3 dormitórios: +0,87% em agosto – um aluguel de R$ 3.000 passou a R$ 3.026.
- Imóveis de 2 dormitórios: +0,54% – contrato de R$ 1.800 passou a R$ 1.809.
- Imóveis de 1 dormitório: +0,72% – aluguel de R$ 1.200 passou a R$ 1.209.
Ou seja: os imóveis maiores puxaram a alta no último mês, mas até os menores ficaram mais caros.
Retorno para investidores
Mesmo em alta, o retorno médio do aluguel ficou em 5,94% ao ano. Isso é menos do que rendem algumas aplicações financeiras, como o Tesouro Direto. Na prática, mesmo com os aumentos, investir em imóveis para alugar ainda não supera os ganhos do mercado financeiro.

