O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública (CONSESP), defendeu a criação de um ministério exclusivo para segurança pública e o endurecimento da legislação contra facções criminosas em entrevista exclusiva à Novabrasil Brasília.
Sobre a necessidade de um ministério específico para segurança pública, Avelar destacou que a gestão da área precisa ser especializada e próxima da realidade das ruas.
“É preciso que a segurança pública ela seja tratada por pessoas que conhecem desse assunto e que enfrentam esse assunto no dia a dia. São questões muito específicas que tem que respeitar as diferenças que existem em todos os estados.”
Ele ainda explicou que a proposta não geraria novos cargos, apenas dividiria o Ministério da Justiça.
“Basicamente partir no meio, mas dá uma atenção especial pra gestão da segurança pública. Justiça e segurança pública não se confundem, são complementares. Uma tem que respeitar a outra.”
Sobre o avanço das facções criminosas pelo país, o secretário reforçou que o problema existe e precisa ser enfrentado.
“É preciso que a gente realmente reconheça o problema para poder combatê-lo. E o problema existe. As facções começaram em grandes centros urbanos, hoje estão em todo o país e os efeitos são sentidos.”
Confira entrevista abaixo:
Avelar se mostrou favorável à classificação das facções como entidades terroristas.
“É preciso prever penas mais elevadas e usar todas as ferramentas que forem necessárias para identificar facções criminosas.”
Ao comentar a atuação da Polícia Militar durante os atos de 8 de janeiro, ele destacou a eficiência da corporação.
“Foi a instituição Polícia Militar que entrou em todos aqueles órgãos que haviam sido invadidos […] E isso sem dar um tiro, sem colocar nenhuma vida em risco, a não ser a deles mesmos.”
Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Sobre o posicionamento do governo federal em relação à proposta do ministério, o secretário disse que ainda não houve retorno formal, mas há simpatia pela iniciativa.
“O que nós estamos buscando é a adequação a uma realidade que o país inteiro sente, que é a necessidade de uma atenção especial à segurança pública.”