Pesquisadores são reconhecidos por explicarem como a destruição criativa impulsiona o progresso econômico.
A Academia Real das Ciências da Suécia anunciou, nesta segunda-feira (13), os vencedores do Prêmio Nobel de Economia de 2025. Três economistas foram homenageados por suas contribuições à compreensão do crescimento econômico impulsionado pela inovação. O prêmio, considerado o mais relevante da área, será dividido entre os pesquisadores, que receberão juntos 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões), além das medalhas comemorativas.
Os envolvidos construíram, ao longo das últimas décadas, uma base teórica robusta para explicar como o progresso tecnológico contínuo se tornou possível — e sustentável — a partir da inovação. Segundo a Academia, os trabalhos premiados ajudam a entender por que, nos últimos dois séculos, o mundo experimentou uma inédita aceleração econômica, com impactos estruturais na redução da pobreza e no aumento da prosperidade global. “Eles explicam como a inovação fornece o ímpeto para mais progressos”, afirmou a instituição.

Contribuições para a teoria do crescimento
Um dos agraciados utilizou fontes históricas para examinar por que o crescimento sustentado passou a ser a norma, não mais a exceção. A pesquisa mostrou que, para a inovação se autoperpetuar, não basta observar o que funciona — é necessário compreender por que funciona, com base em explicações científicas. A conclusão reforça a tese de que sociedades abertas a novas ideias e dispostas a aceitar transformações têm mais chances de romper ciclos de estagnação.
Os outros dois vencedores desenvolveram, nos anos 1990, um modelo matemático conhecido como teoria da destruição criativa, no qual novas tecnologias substituem modelos ultrapassados, forçando o redesenho de processos produtivos e estratégias empresariais. O impacto, afirmam, é duplo: embora a inovação gere ganhos de produtividade, também impõe desvantagens competitivas a empresas que não acompanham a dinâmica tecnológica.
Para a Academia, a destruição criativa “gera conflitos que devem ser gerenciados de forma construtiva”, sob o risco de que grupos de interesse resistentes ao novo acabem bloqueando o avanço tecnológico. O presidente do comitê do Nobel de Economia, John Hassler, reiterou: “Devemos defender os mecanismos subjacentes à destruição criativa, para que não caiamos na estagnação”.
Trajetória acadêmica dos premiados
- Um dos homenageados nasceu em Leiden, na Holanda, em 1946, é doutor pela Universidade de Yale e leciona na Universidade Northwestern.
- Outro, nascido em Paris em 1956, é doutor pela Universidade de Harvard e atua no Collège de France, na Escola de Economia e Ciência Política de Londres e no INSEAD.
- O terceiro, natural do Canadá, também nascido em 1946, tem doutorado pela Universidade Northwestern e atualmente é professor da Universidade Brown.

