A expectativa da Casa Branca é de que o encontro sirva como base para uma segunda rodada de negociações, com Volodymyr Zelensky.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se encontra nesta sexta-feira (15) com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em uma base militar na cidade de Anchorage, no Alasca. A reunião tem como principal objetivo abrir caminho para um acordo de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia — promessa de campanha do republicano, que tenta emplacar um protagonismo diplomático desde que assumiu a Casa Branca, em janeiro.
Segundo a Agência Reuters, a expectativa da Casa Branca é de que o encontro sirva como base para uma segunda rodada de negociações, com a presença do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. “Tudo o que quero fazer é preparar a mesa para a próxima reunião”, declarou Trump em entrevista à Fox News, na quinta-feira (14). Segundo ele, há 75% de chances de o encontro ser bem-sucedido.

Tensão sobre o desfecho
Entretanto, Trump já indicou que a Rússia pode sofrer “consequências severas” caso rejeite encerrar a ofensiva. O presidente não detalhou quais medidas estão em análise, mas sinalizou que sanções econômicas estão entre as possibilidades para pressionar Moscou.
O governo russo, por sua vez, ainda mantém a condição de preservar o controle sobre as regiões ucranianas anexadas em 2022 — Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson — como parte de um eventual acordo. O impasse em torno dessas exigências tem dificultado a consolidação de uma proposta comum.

Pressão europeia contra concessões
Enquanto o diálogo bilateral avança, Zelensky articula com líderes europeus para evitar que Trump aceite qualquer cessão territorial como moeda de troca para o cessar-fogo. O receio ucraniano é de que uma negociação precipitada legitime as anexações promovidas por Putin e comprometa a soberania do país.
Desde o início da guerra, a Ucrânia rejeita qualquer acordo que envolva perda de território. A posição tem respaldo da União Europeia, que vê nas exigências russas uma violação continuada do direito internacional e um precedente perigoso para a estabilidade regional.

