Ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin. Aos 93 anos, teve uma vida política e esportiva ativa.
Morreu na madrugada deste domingo (20), em São Paulo, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin. Aos 93 anos, o ex-dirigente passou mal em casa na noite anterior e foi levado ao Hospital Sírio-Libanês, onde não resistiu. Ele enfrentava problemas de saúde nos últimos meses e havia sofrido um acidente vascular cerebral no fim de 2023.
O velório ocorre neste domingo, das 13h às 16h, na Funeral Home, em São Paulo. Marin vivia de forma reservada na capital paulista desde que retornou dos Estados Unidos, onde cumpria prisão domiciliar.

Política e futebol entrelaçados
A carreira pública de José Maria Marin se iniciou antes de sua notoriedade no futebol. Foi vereador em 1963 pelo Partido de Representação Popular (PRP) e, posteriormente, presidente da Câmara Municipal de São Paulo em 1969, já pela Arena — partido de sustentação do regime militar. Entre os anos 1970 e 1980, exerceu dois mandatos como deputado estadual, além de ter sido vice-governador e governador de São Paulo, substituindo Paulo Maluf entre 1982 e 1983.
Seu breve governo estadual foi envolto em críticas, como a rejeição das contas pela Assembleia Legislativa e suspeitas relacionadas a empréstimos da Caixa Econômica Estadual. Mesmo com desgaste político, voltou a atuar na esfera esportiva como presidente da Federação Paulista de Futebol (1982–1988) e manteve influência por meio de seu filho, que também ocupou cargos na FPF e na CBF. Tentou retornar à política em 2002, ao se lançar candidato ao Senado, mas teve apenas 0,2% dos votos.
Ascensão e queda na CBF
Em 2012, Marin assumiu a presidência da CBF após a renúncia de Ricardo Teixeira, em meio a um ambiente já tensionado por denúncias no futebol internacional. Sua gestão foi interrompida em 2015, quando foi preso na Suíça por envolvimento no escândalo do Fifagate — investigação do FBI sobre subornos e lavagem de dinheiro na FIFA. Extraditado para os Estados Unidos, foi julgado e condenado.
Cumpriu parte da pena no exterior, mas retornou ao Brasil em 2020 por razões médicas, permanecendo em prisão domiciliar. Durante esse período, vendeu patrimônio para cobrir os custos judiciais e hospitalares, incluindo uma mansão no Jardim Europa.


